Con el respaldo del Gobierno Federal del Brasil, se halla en proceso de formación la Universidad Federal de Integración Latino Americana, cuya misión será crear un espacio común latinoamericano de educación superior con participación de profesores y alumos venidos de los diferentes países de la región.
Más abajo se transcribe el discurso del profesor Helgio Trindade, ex-reitor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), quien preside este esfuerzo, ante la Comisión de Implantación de la UNILA. Relata allí la historia y el desenvolvimiento de la idea de esta universidad, los avances que se han logrado y describe la visión y misión de la UNILA.
Recursos asociados
University of Latin American Integration (UNILA) created, 12 diciembre 2007
A República em tempos de reforma universitária: o desafio do Governo Lula, Educ. Soc. vol.25 no.88 special Campinas Oct. 2004
O discurso da crise e a reforma universitária necwssária da universidade brasileira. Este texto é uma versão modificada do capitulo As metáforas da crise: da “universidade em ruínas” às “universidades na penumbra, publicado no livro coordenado por Pablo Gentili (2001)
Helgio Trindade, Saber e poder: os dilemas da universidade brasileira, ESTUDOS AVANÇADOS 14 (40), 2000
DISCURSO POSSE DO PROFESSOR HÉLGIO TRINDADE NA COMISSÃO DE IMPLANTAÇÃO DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DA INTEGRAÇÃO LATINO-AMERICANA (UNILA)
SALA DE ATOS DO MEC – 6 DE MARÇO DE 2009
Senhor Ministro Fernando Haddad
Senhor Secretário -Executivo José Henrique Paim
Senhor Secretario de Educação Superior Ronaldo Mota
Senhora Diretora da DIFES, Maria Ieda Diniz
A posse da Comissão de Implantação da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA) é um momento novo e extremamente relevante no processo de expansão da universidade pública brasileira, com parte integrante do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE)
Marca um tríplice movimento estratégico:
Primeiro, retoma a vocação histórica da educação superior publica no Brasil, com a expansão do sistema federal e a diversificação de seu espaço territorial.
Segundo, simboliza um avanço decisivo na interiorização da educação superior que, com novas universidades (Unipampa e Fronteira Sul) tangencia as fronteiras com os demais países da América do Sul.
Terceiro, volta-se para a integração da América Latina através de um novo elo substantivo: a integração pelo conhecimento e a cooperação solidária entre os países do continente mais do que nunca em uma cultura de paz.
Esta é a imensa e estimulante responsabilidade que a Comissão recebe honrada e consciente como um voto de confiança dos dirigentes maiores do governo, especialmente do seu Ministro Fernando Haddad, e dos demais dirigentes do MEC que sempre estimularam e apoiaram com entusiasmo a idéia.
Estamos, também, conscientes da alta missão que recebemos: implementar um projeto inovador que, aprovado pelo Congresso Nacional, venha a transformar a UNILA numa instituição bifronte, integrada plenamente à rede das universidades federais de educação superior da ANDIFES e, ao mesmo tempo, fortemente vocacionada para um intercâmbio solidário com os demais países da América Latina
O caminho percorrido até chegarmos a esta solenidade foi longo e por vezes difícil, se considerarmos desde a proposta da Universidade do MERCOSUL de 2006, passando pelo Instituto Mercosul de Estudos Avançados até o projeto atual da Universidade Federal da Integração Latino-Americana.
As várias etapas atestam a vontade e a decisão estratégica do MEC de construir uma instituição cuja missão precípua seja a de formar gerações de jovens capazes de tecer, pelo conhecimento e a confiança mutua, a tão sonhada integração latino-americana, tendo como lócus a tríplice fronteira de Foz de Iguaçu e o apoio entusiástico de Itaipu Binacional.
A bem da verdade, coube à Associação de Universidades do Grupo de Montevidéu – da qual participei da fundação como Reitor da UFRGS -, a iniciativa pioneira que criou um processo importante de cooperação acadêmico-científica entre universidades públicas dos diversos países do Mercosul.
A UNILA, no entanto, é a primeira instituição federal brasileira, que assume corajosamente o papel especializado de compartilhar os esforços nacionais que visam ampliar a rede de cooperação e interação com todos os países da América Latina.
Posso assegurar, por ter já participado de inúmeros fóruns universitários internacionais, que a proposta da nova universidade está tendo uma receptividade extremamente promissora entre autoridades governamentais, dirigentes universitários, professores e estudantes latino-americanos.
Senhor Ministro:
A principal tarefa da Comissão de Implantação da UNILA é a de construir uma instituição que responda de forma inovadora e academicamente competente ao perfil que propõe a Exposição de Motivos e o Projeto de Lei encaminhados ao Congresso Nacional:
criar uma instituição bilíngüe, com professores e estudantes oriundos do Brasil e dos demais países da América Latina, para que a integração se construa pela convivência intelectual e inter-pessoal através do ensino, da pesquisa e da extensão, em ciências e humanidades, em áreas de interesse comum para o desenvolvimento latino-americanos.
Sabemos todos que a longevidade multissecular da universidade se explica, em grande medida, por sua capacidade de transformar-se frente aos novos desafios da sociedade de seu tempo.
A universidade latino-americana nesse processo teve sua singularidade histórica: foi marcada simbolicamente pelo movimento da Reforma Universitária de Córdoba de 1918 que estabeleceu seu padrão próprio: o compromisso social com destino dos povos da América Latina.
A UNILA não pode desconsiderar o peso dessa herança histórica, mas com os olhos voltados para os desafios do futuro de nossas sociedades.
Senhor Ministro:
A grande tentação nesta cerimônia seria a de tecer algumas reflexões atuais sobre os perfis possíveis de uma universidade no século XXI, que enfrente os desafios de estar situada nessa região periférica da América Latina e na tríplice fronteira de Itaipu.
No entanto, esta será a atribuição central da Comissão de Implantação da UNILA que, instalada na SESu, já começou a debruçar-se coletivamente na desafiante tarefa.
Estou convicto que o perfil dos seus membros, com suas experiências diversificadas, o entusiasmo com que aceitaram integrar-se ao trabalho comum, assegura que teremos uma proposta à altura de nossas responsabilidades.
Mencionarei, apenas, duas breves reflexões pertinentes de pensadores sobre os desafios da universidade do século XXI e de sua reinvenção na América Latina.
Refiro-me a Boaventura de Souza Santos, o sociólogo da emancipação social e a Miguel Rojas Mix, o historiador chileno do imaginário latino-americano.
Como diagnosticou lucidamente Boaventura “o conhecimento universitário – ou seja, o conhecimento científico produzido nas universidades (…) foi, ao longo do século XX, um conhecimento predominantemente disciplinar cuja autonomia impôs um processo de produção relativamente descontextualizado em relação às premências do quotidiano das sociedades”
Ele propõe, em conseqüência, a “transição” do conhecimento universitário para o conhecimento pluriversitário, ou seja, um conhecimento transdisplinar e, ao mesmo tempo, “contextual na medida em que o princípio organizador da sua produção é a aplicação que lhe pode ser dada”.
Dois protagonistas são importantes na visão de Boaventura: o primeiro “é o Estado nacional sempre e quando ele optar politicamente pela globalização solidária da universidade. Sem esta opção, o Estado nacional acaba por adaptar-se (…) às pressões da globalização neoliberal…”
O segundo “são os cidadãos individualmente ou coletivamente organizados, grupos sociais (…) Ao contrário do Estado, este protagonista tem historicamente uma relação distante e por vezes mesmo hostil com a universidade precisamente em conseqüência do elitismo da universidade.” (…)” É um protagonista que tem de ser conquistado (…) por todo um conjunto de iniciativas que aprofundem a responsabilidade social da universidade na linha do conhecimento pluriversitário solidário.
A partir daí Boaventura propõe uma série de questões desafiantes para uma nova institucionalidade da universidade do século XXI, em termos de acesso, extensão, pesquisa-ação, ecologia de saberes e reforço da responsabilidade social da universidade. ”
Finalmente, ao discutir a transição “Da idéia de Universidade à Universidade de Idéias”, ele esboça a novo cenário e o grande desafio da universidade:
“Numa sociedade desencantada, o re-encantamento da universidade pode ser uma das vias de simbolizar o futuro. (…) A universidade terá um papel modesto mas importante no re-encantamento da vida coletiva sem o qual o futuro não é apetecível, mesmo se viável. Tal papel é assumidamente uma micro-utopia. Sem ela, a curto prazo, a universidade só terá curto prazo.”
El historiador chileno, Miguel Rojas Mix, en la perspectiva de construir “una filosofía de la universidad latinoamericana,”, dice que “la universidad debe estudiar la utopía, y preparar a la sociedad para que ésta se transforme en topía, lugar concreto que la voluntad humana hace posible.( …) La universidad debe formar en los valores de nuestra identidad y con un proyecto de futuro (…) porque las raíces de la identidad, en realidad no están en el pasado, están en el futuro.”
Para el profesor Mix “es preciso desarrollar la solidaridad internacional. (…) Asumir nuevos conceptos de educación, indispensables si consideramos las exigencias de la aceleración del tiempo.
Si estamos convencidos de que nuestro futuro planetario está en la integración, la universidad debe comprometerse con ese destino en una política de cooperación académica.
Incluir en los curricula del futuro la creación de redes temáticas, multidisciplinarias y asociativas de universidades, destinadas a responder y anticipar los desafíos sociales, a desarrollar la pertinencia de la investigación científica, formando a las nuevas generaciones en concepciones mucho más amplias, que abarquen e integren el conocimiento de la historia, la literatura, la cultura, las ciencias y las artes en estructuras comprensivas de todo el continente latinoamericano.”.
Señor Ministro, este es el desafío y el compromiso que asumimos públicamente hoy
Agradeciendo la confianza en nosotros, puedo asegurar, en nombre de nuestra Comisión, que cumpliremos nuestro rol y apreciaríamos mucho que nos ofrezca sus orientaciones para que podamos levar a buen termino nuestra tarea común:
Construir una América Latina solidaria, en que la moneda de su integración equitativa sea el conocimiento, con respecto mutuo, en una cultura de paz
Muchas gracias
0 Comments